Edi Rock, do Racionais MC’s, é acusado de abuso sexual

O rapper Edi Rock, do Racionais MC’s, está sendo acusado de estupro pela sexóloga Juliana Thaisa, que publicou um relato em uma sequência de stories no Instagram.

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Segundo Juliana, o crime teria ocorrido há mais de um ano, na casa dela, em São Paulo. Em comunicado, o músico negou as acusações.

Juliana, que também é doula de parto, relatou que um inquérito sobre o caso foi arquivado sem que ela fosse ouvida. Afirmou também que vai recorrer do arquivamento.

Depois que a acusação vieram à tona, Edi Rock se pronunciou no Twitter alegando inocência e dizendo que “já foi comprovado pela Justiça que [a acusação] é mentira”.

Ele disse que “os fatos expostos tornaram a narrativa apresentada ilegítima e caluniosa” e que seus advogados devem tomar as “medidas cabíveis”.

A Doula registrou o boletim de ocorrência em 1º de junho de 2021, um dia depois que o estupro teria ocorrido, em um apartamento na Consolação, na região central de São Paulo. Nos posts, Juliana relatou que a filha dela estava imóvel e que “existem várias filmagens da câmera de segurança do prédio” que comprovariam a acusação.

Encontro em apartamento

Juliana, que trabalha como conselheira sexual e doula de parto, conta ter crescido como fã dos Racionais. Ela começou a trocar mensagens com Edi Rock no Instagram depois de comentar em uma foto do rapper.

“Ele perguntou do meu trabalho, elogiou meu trabalho, trouxe questões da sexualidade dele. A gente foi falando sobre isso, até o momento em que ele passou a me elogiar e começou aquele climinha”, lembra ela.

“Em momento algum eu afirmei que me relacionaria com ele, mas, sim, eu queria uma aproximação. É uma pessoa que eu era fã, então é óbvio que eu queria conhecer, me aproximar dele.”

No dia do encontro, segundo a sexóloga, o músico ligou por volta das 21h avisando que estava próximo ao seu apartamento e perguntando se poderia “passar para dar um oi”. Juliana estava sozinha com a filha em casa. “Avisei que estava com a minha filha e que precisava ser rápido.”

Juliana conta que, dentro do apartamento, passou a se sentir desconfortável com as reações do rapper enquanto os dois conversavam sobre o trabalho dela. “Comecei a perceber que ele estava levando meu trabalho para um contexto sexual. Já veio aquela frustração. Fui mudando de assunto.”

Segundo Juliana, ao sinalizar que iria embora, Edi Rock lhe pediu um abraço. “Fui dar um abraço, mas um abraço de despedida, só com os braços. Em nenhum momento encostei meu corpo nele. Ele pegou com as duas mãos na minha bunda e me puxou pra perto dele.”

“Tomei um susto e empurrei ele. [Falei] ‘Cara, você tá viajando, minha filha está aqui do nosso lado’. Ele falou: ‘Vamos para o banheiro’. Ele quis me levar para o banheiro à força. Foi me empurrando, eu fui empurrando de volta e [falando]: ‘Me solta, me solta’.”

Já perto do banheiro, de acordo com a sexóloga, Edi Rock a encostou na parede e passou as mãos pelo seu corpo, enquanto tentava beijá-la. “Quando aconteceu isso, eu abri a porta da minha casa e pedi para ele sair. Ele não quis sair de jeito nenhum.”

“Peguei o interfone para ligar para o porteiro e pedir ajuda. Nesse momento, ele perdeu o controle”, lembra ela. “Ele foi direto no meu aparelho de wi-fi e puxou os fios. Começou a falar: ‘Pode ligar’. Entendo que ele deduziu que peguei um telefone, e não o interfone.”

Juliana conta que o rapper continuou resistindo aos pedidos para que saísse. Por causa disso, ela pegou a filha no colo, foi para o hall do prédio e entrou no elevador. “Ele ficou segurando a porta do elevador para que eu não descesse.”

A sexóloga diz que conseguiu correr de volta para casa e trancar a porta, com o músico para fora. Ela chamou a polícia, que encontrou Edi Rock dentro do carro estacionado em frente ao prédio. O boletim de ocorrência foi registrado no dia seguinte.

O porteiro do prédio onde Juliana morava também depôs sobre o caso. Ele confirmou que, no dia da ocorrência, recebeu pelo interfone uma ligação da sexóloga, pedindo ajuda para retirar o músico do condomínio.

O porteiro disse que, já no andar do apartamento dela, encontrou Edi Rock sentado no chão do corredor. Ele repetia que não havia feito nada, segundo o porteiro.

FONTE G1