Bolsonaro fala que documentos oficiais sobre morte na ditadura são “balela”

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, questionou a legitimidade da Comissão da Verdade, que apurou crimes cometidos na época da ditadura militar.

De acordo com o G1, ele deu a declaração ao ser perguntado por jornalistas sobre a conclusão da comissão para a morte de Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz.

“Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a composição da Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma [Rousseff, ex-presidente]”, disse o presidente.

Bolsonaro ainda chamou de “balela” documentos sobre mortes na ditadura: “Nós queremos desvendar crimes. A questão de 64, existem documentos de matou, não matou, isso aí é balela”, afirmou o presidente.

Indagado se está disposto a fornecer as informações que dispõe sobre a morte de Fernando para o STF, o presidente disse que não tem registros escritos e que sua versão está baseada em “sentimento”.

“O que eu sei é o que falei para vocês. Não tem nada escrito que foi isso, foi aquilo. Meu sentimento era esse”, disse Bolsonaro

Segundo a Comissão Nacional da Verdade, Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira sumiu em 1974 e foi “preso e morto por agentes do Estado brasileiro”.

Ainda segundo a comissão, Santa Cruz “permanece desaparecido, sem que os seus restos mortais tenham sido entregues à sua família”.