Com decisão de Gilmar Mendes depoimento de Aécio está suspenso

Foi suspenso nessa terça-feira (25), pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o interrogatório, do senador Aécio Neves (PSDB-MG), na Operação Lava Jato. O pedido, foi feito pelo criminalista Alberto Zacharias Toron, que é defensor do tucano, alegando não ter tido acesso total da investigação da Polícia Federal e o ministro atendeu.

Quando suspendeu o interrogatório do senador, o ministro mandou a Polícia Federal disponibilizar todos os depoimentos de testemunhas já colhidos.

Gilmar Mendes

Para Gilmar Mendes, o ato contraria o entendimento desta Corte representado pela Súmula Vinculante 14. “O argumento da diligência em andamento não autoriza a ocultação de provas para surpreender o investigado em seu interrogatório”, declarou Gilmar.

Em sua decisão, Gilmar Mendes defere o pedido do senador. “Ante o exposto, defiro o requerimento do investigado Aécio Neves da Cunha, para determinar que a autoridade policial junte aos autos todos os depoimentos de testemunhas já colhidos, franqueando acesso à defesa, e suspenda o interrogatório do requerente, por pelo menos 48 horas, contados da juntada.”

A PF alegou que por estratégia de investigação, o investigado tem que ser ouvido antes de tomar conhecimento do depoimento das testemunhas.  De acordo com a Polícia Federal, o interrogatório e os depoimentos das testemunhas fazem parte de uma única diligência policial, dessa maneira não haveria diligência concluída, de juntada obrigatória aos autos.

Aécio é investigado neste inquérito por suposta corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção em Furnas. O ex-senador, Delcídio do Amaral, informou em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, o nome de Aécio como destinatário de propina em um esquema de corrupção envolvendo a hidrelétrica.

Em seu depoimento, Delcídio não informou quais valores que teriam sido repassados ao senador tucano, mas disse que o então diretor de Engenharia de Furnas Dimas Toledo, que ocupava o cargo apoiado pelo PP e por Aécio, tinha um vínculo muito forte com o membro do partido do PMDB.

 

Fonte VEJA