“Eu absolvi a Dilma, pois se ação fosse julgada procedente, ela ficaria inelegível por oito anos”, afirma Gilmar Mendes

Depois de absolver a chapa Dilma-Temer, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes rebateu as críticas sobre o seu voto, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ministro do STF, foi criticado durante o julgamento por ter mudado de postura quanto à condenação. No ano de 2015, ele foi um dos grandes incentivadores da investigação.

De acordo com as informações do site O Globo, Mendes, defendeu a decisão que tomou e segundo a entrevista que deu ao Jornal Folha de São Paulo, ele desmente que o resultado tenha tido qualquer sentido político e falou que uma deliberação diferente jogaria o país em um quadro de incógnita.

Ainda segundo o Globo, o presidente do TSE, criticou o que o relator Herman Benjamin chamou de constrangimento ao citar nominalmente a ré Dilma Rousseff.

“Talvez porque ele tenha sido nomeado pelo PT e não queria falar disto. E é até uma pergunta válida, né? Qual teria sido o posicionamento desses ministros (Herman e Rosa Weber, também indicada na gestão do PT) se estivesse presente ali (a possibilidade de se cassar) a Dilma?”

Na entrevista, Gilmar Mendes, foi questionado qual seria o posicionamento do parlamentar, caso Dilma Rousseff, ainda fosse Presidente da República e ele respondeu que mesmo assim não mudaria o seu voto. “Da mesma forma. Eu absolveria a Dilma. Como a absolvi, pois se ação fosse julgada procedente, ela ficaria inelegível por oito anos”, afirmou.

Gilmar Mendes negou influência do elemento político no julgamento

Devido a polêmica e expectativa do futuro de Michel Temer, o julgamento foi criticado por se apoiar em questões técnicas e esquecer as provas que foram conseguidas na Operação Lava Jato.

“Não cabe ao juiz ficar banalizando a impugnação de mandatos. Mas estamos vivendo em um ambiente conturbado. E o que se queria? Que o TSE resolvesse uma questão política delicada (a crise do governo)”, indagou Gilmar.

Fonte O Globo